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Posts Tagged ‘recursos hídricos’

dia-mundial-da-água 2015Celebrado mundialmente desde 22 de março de 1993, o Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, no Rio de Janeiro.

Desde então, as celebrações ao redor do mundo acontecem a partir de um tema anual, definido pela própria Organização, com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos.

Entre os temas já escolhidos para a data estão: água e energia, cooperação pela água, água e segurança alimentar, águas transfronteiriças, saneamento, água limpa para um mundo saudável, lidando com a escassez de água e água para as cidades: respondendo ao desafio urbano.

E,justamente no ano em que se encerra a Década da Água – 2005 – 2015, proclamada pelas Nações Unidas, muitos países do mundo – e particularmente o Brasil, finalmente se dão conta que a água é um recurso finito. E extremamente valioso.

Infelizmente, em nosso país, foram a seca prolongada e o iminente risco de falta d’água em diversas cidades que fizeram com que governantes e população encarassem esta realidade.

Durante esta década, a cada ano a UN-Water (agência da ONU que coordena ações em assuntos sobre água doce e saneamento) escolhe um tema para ser debatido internacionalmente. Este ano, quando este ciclo se fecha, Água e Desenvolvimento Sustentável dará o tom de encontros e discussões.

Fórum Mundial da Água em 2018

A capital federal, que concorria com Copenhague (Dinamarca), foi eleita durante em fevereiro de 2014, durante a 51ª Reunião do Quadro de Governadores do Conselho Mundial da Água (WWC), em Gyeongju (Coreia do Sul), para sediar o Fórum Mundial da Água de 2018

O fórum ocorre a cada três anos e é o maior evento do mundo com a temática dos recursos hídricos. A campanha brasileira apresentou o tema ‘Compartilhando Água’, para integrar os assuntos discutidos nas edições anteriores do evento, dando continuidade aos debates já realizados sobre os desafios do setor de recursos hídricos.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), em agosto de 2013, uma equipe de avaliadores esteve em Brasília e produziu um relatório sobre infraestrutura de transportes, mobilidade urbana, rede hoteleira e locais para realização do fórum, que serviu de subsídio para que a cidade fosse a escolhida.

A próxima edição do evento organizado pelo WWC, em 2015, será em duas cidades da Coreia do Sul, Daegu e Gyeongbuk, com o tema ‘Água para Nosso Futuro’. O objetivo é destacar a temática dos recursos hídricos na agenda global e reunir organizações internacionais, políticos, representantes da sociedade civil, cientistas, usuários de água e profissionais do setor.

Água é um bem essencial para que o planeta enfrente os desafios das próximas décadas. Com o aquecimento global, recursos hídricos serão ainda mais fundamentais para que a produção de alimentos possa atender a população global, que deverá chegar a 9 bilhões de habitantes.

Outro grande problema que ainda faz parte do dia-a-dia de milhares de pessoas no mundo é a falta de acesso a saneamento básico e água potável. Mas antes de tudo, será necessário fazer com que ela não falte através de uma gestão hídrica maisconsciente e sustentável. Afinal, sem água, não há vida.

A Humanidade precisa de água, e a cada dia aumenta o consumo em virtude do aumento da migração de populações para os centros urbanos. Estima-se que em 2050 serão necessários 40% mais água nos centros urbanos do que nos dias atuais, com base na projeção de que 2,5 bilhões de pessoas mudarão para cidades até esta data.

A água está no centro do desenvolvimento sustentável. Os recursos hídricos, e a gama de serviços que eles provêm, tem o poder reduzir a pobreza, promover o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental. Desde a segurança alimentar e energética até a saúde humana e ambiental, a água contribui para melhorar o bem estar social e crescimento inclusivo, beneficiando o sustento de bilhões de pessoas.

Água e Saúde

A água é essencial à saúde humana. O corpo humano pode sobreviver semanas sem comida, porém apenas poucos dias sem água. O simples ato de lavar as mãos com frequência previne uma série de doenças e sua proliferação. O corpo humano é composto de 50-65% de água, sendo que crianças recém-nascidas têm 78% de água. Todos os dias, as pessoas precisam de água para beber, cozinhar e para higiene pessoal. A Organização Mundial da saúde recomenda ao menos 7,5 litros por pessoa por dia para satisfazer as necessidades básicas, e 20 litros/pessoa por dia são suficientes para suprir as necessidades de higiene pessoal e higiene dos alimentos.

Apesar dos progressos na última década, 750 milhões de pessoas ainda não tem acesso à água potável e 2,5 milhões não dispõem de saneamento básico. Maiores investimentos em água e saneamento resultam em ganho econômico substancial. O custo para prover água e saneamento a todos os habitantes do mundo é estimado em cerca de US$ 100 bilhões por ano, por um período de cinco anos.

Água e Natureza

Os Ecossistemas, incluindo, por exemplo, florestas, pântanos e pastagens, estão no cerne do ciclo global da água. Toda a água doce, em última análise, depende do contínuo funcionamento saudável dos ecossistemas, e reconhecer o ciclo da água é essencial para uma gestão sustentável da água. No entanto, a maioria dos modelos econômicos não valorizam os serviços essenciais prestados pelos ecossistemas de água doce. Isto leva à utilização não sustentável dos recursos hídricos e da degradação dos ecossistemas.

Há uma necessidade de mudar para políticas econômicas ambientalmente sustentáveis ​​que levem em conta a interligação entre os sistemas ecológicos. O desafio é atingir o equilíbrio entre infraestrutura construída e natural e prestação de serviços.

Argumentos econômicos podem tornar a preservação dos ecossistemas relevantes para os tomadores de decisão e planificadores. A valorização dos ecossistemas demonstra que os benefícios excedem em muito os custos de investimentos relacionados com a água na conservação dos ecossistemas.

Água e Urbanização

Hoje em dia, um terço da população mundial vive em cidades. As cidades do mundo estão crescendo em ritmo excepcional, e 93% da urbanização ocorre em países pobres e em desenvolvimento, notadamente nos países BRICS.

“A gestão de áreas urbanas tornou-se um dos mais importantes desafios para o desenvolvimento do século XXI. Nosso sucesso ou falha em construir cidades sustentáveis será um dos maiores fatores de decisão na Agenda de Desenvolvimento pós-2015 das Nações Unidas”, afirma John Wilmoth, Diretor da Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (DESA) das Nações Unidas.

Milhares de quilômetros de tubulações conformam a infraestrutura de água das cidades. Muitos sistemas antigos desperdiçam mais água do que entregam. Em muitas cidades, a infraestrutura de água e esgoto é inexistente, insuficiente, ou inadequada.

Água e Indústria

Todo produto manufaturado reque água na sua fabricação. Algumas indústrias utilizam mais água que outras: São necessários 10 litros de água para produzir uma folha de papel, e 91 litros para fabricar 500 g de plástico.

A industrialização pode trazer desenvolvimento aumentando a produtividade, empregos e a renda, porém a indústria prioriza maximizar a produção ao invés de buscar eficiência e conservação da água.

Tecnologia e planejamento inteligente podem reduzir o uso de água, e melhorar a qualidade das águas residuais. Alguns modernos fabricantes de têxteis introduziram tecnologias que garantem que a água que sai da fábrica é tão ou mais limpa do que as fontes de água potável que abastecem as cidades. Grandes empresas de bebidas também estão melhorando a sua eficiência no uso da água e ao longo dos últimos 10 anos reduziu-se substancialmente a água utilizada em suas unidades fabris.

Água e Energia

Água e energia são parceiros naturais. A água é necessária para gerar energia. A energia é necessária para fornecer água.

Hoje mais de 80% da geração de energia é por usinas termoelétricas. A água é aquecida para criar o vapor para acionamento dos geradores elétricos. Milhares de milhões de litros de água são também necessários para o resfriamento. Isso requer limitar a construção e utilização das plantas menos eficientes de energia movidas a carvão. A energia hidrelétrica representa 16% da produção mundial de eletricidade no mundo inteiro – um valor esperado de 3700 grandes barragens pode mais do que dobrar a capacidade total de eletricidade da energia hidrelétrica dentro das próximas duas décadas.

Nova produção de energia deve ser usada amplamente, adotando resfriamento seco ou tecnologias de resfriamento de circuito fechado altamente eficientes. O uso de fontes alternativas de água, como a do mar ou de águas residuais, oferece um grande potencial para reduzir as pressões sobre os recursos de água doce.

A energia renovável vem de recursos que são naturalmente reabastecidos, como luz solar, vento, chuva, marés, ondas e calor geotérmico. Estas prescindem grandes quantidades de água doce.

Água e Alimentação

Cada cidadão norte-americano utiliza 7.500 litros de água por dia, a maior parte para produzir alimentos. Um litro de água é necessário para irrigar 1 caloria de alimento, e a irrigação é responsável por 90% do consumo de água em alguns países em desenvolvimento. A nível global, a agricultura é o maior consumidor de água, com 70% de consumo.

Até 2050 a agricultura deverá produzir 60% mais alimentos globalmente e 100% mais em países em desenvolvimento. O crescimento econômico e a riqueza individual estão mudando as dietas baseadas principalmente em amido para carne e laticínios, que requerem mais água em sua produção. Para produzir 1 Kg de arroz, consome-se 3.500 litros de água, enquanto 1 Kg de carne requer 15 mil litros. Esta mudança na dieta impacta grandemente no consumo de água nos últimos 30 anos, e há indícios de que continue até meados do século XXI.

As taxas de crescimento atuais de demandas agrícolas sobre os recursos de água doce do mundo são insustentáveis. A utilização ineficiente de água para a produção agrícola esgota aquíferos, reduz o fluxo dos rios, degrada habitats de vida selvagem, e causou a salinização de 20% da área terrestre irrigada global. Para aumentar a eficiência na utilização de água, a agricultura pode reduzir perdas de água e, mais importante ainda, aumentar a produtividade das culturas em relação à água.

Com o aumento da agricultura intensiva, a poluição da água pode piorar. A experiência dos países de alta renda mostra que uma combinação de incentivos, incluindo regulamentação mais rigorosa, aplicação e subsídios bem orientados podem ajudar a reduzir a poluição da água.

Água e equidade

Em países em desenvolvimento, a responsabilidade pela coleta de água todos os dias recai desproporcionalmente sobre as mulheres e meninas. Em média, as mulheres dessas regiões passam 25% do seu dia de coleta de água para suas famílias. Este tempo não é empregado em trabalho remunerado, cuidar da família ou na escola. Os investimentos em água e saneamento mostram ganhos econômicos consideráveis. Cada dólar investido mostra um retorno entre 5 e 8 vezes este valor.

A mudança climática afeta negativamente as fontes de água doce. As projeções atuais mostram que os riscos relacionados com a água doce aumentam significativamente com o aumento das emissões de gases de efeito de estufa, exacerbando a competição por água entre todos os usos e usuários, afetando a segurança regional da água, energia e alimentos. Combinada com a crescente demanda por água, isso irá criar enormes desafios para a gestão dos recursos hídricos.

O Brasil e os recursos hídricos

O Brasil é um dos países com maior potencial de recursos hídricos do mundo. O Conselho nacional de Recursos Hídricos (CNHR) por meio da Resolução n°58/2010 atribuiu à Agencia Nacional de Águas (ANA) a responsabilidade pela elaboração do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, de forma sistemática e periódica.

O último relatório da ANA disponível é de 2011, que pode ser lido integralmente na Internet no endereço http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Região Sudeste do Brasil enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 84 anos. O Governo Federal lançou campanhas para conscientizar a população sobre a necessidade de economizar água. Desde então, relatos diários sobre os níveis dos principais mananciais que abastecem a cidade de São Paulo vêm sendo publicados na mídia online e impressa. (veja http://site.sabesp.com.br/)

Um dos problemas associados com a falta de água – ou de sua perspectiva – é o armazenamento inadequado de água nas moradias. Quando destampados, os reservatórios de água doce limpa são viveiros ideais para a proliferação de vetores transmissores de doenças. A Prefeitura Municipal de São Paulo, em seu portal na Internet alerta para os riscos de aumento de casos de dengue – doença causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti –decorrente do armazenamento impróprio de água. Dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde indicam que os casos de dengue no Brasil chegaram a 224 mil na semana de 1 a 7 de março de 2015, e os da chikungunya – doença viral transmitida pelo mesmo mosquito da dengue – foram de 1050 casos confirmados. Os casos de dengue triplicaram em relação ao mesmo período de 2014.

Veja matéria no PSI sobre declaração do Ministro da Saúde, Arthur Chioro, sobre o tema.

É importante conscientizar a população, principalmente na Região Sudeste, a fazer uso consciente da água e se armazenar água, fazê-lo de modo adequado.

Confira abaixo o vídeo do Dia Mundial da Água 2015:

Fonte: World Water Day 2015

http://aai.bireme.org/proxy/boletim/reader.php?article=/boletim/campanhas/dia-mundial-da-agua-2015/

Agência Brasil

 

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